sábado, 22 de outubro de 2016

A mão e a luva

Por Meriam Lazaro




Terceiro livro de Machado que releio, com toda admiração e encanto por esse grandioso autor. Espero não levar mais trinta anos para reler sua obra. O início da narrativa fez-me rir da paixão exagerada de Estevão, que promete morrer de amores por Guiomar, mas é impedido pelo amigo Luis Alves. A bela moça faz Estevão e outros rapazes, cativos de seus encantos, lhe proporem casamento. Naturalmente, Machado não se restringe a narrar uma singela história de amor – sem revelar, aos leitores, determinadas nuances da alma humana, que se acham camufladas. Bem buriladas, as coisas "feias" alcançam nossa aceitação; trazidas à luz pelo toque do mestre. Desta feita, o sentimento chave é a ambição. Como em outros romances que eu li (desse mesmo período da literatura mundial), o escritor transforma Guiomar em uma personagem forte, propensa à racionalidade; em detrimento dos personagens masculinos, mais românticos. O título do livro explica melhor a história do que "Ressurreição".


Livro: A Mão e a Luva
Autor: Machado de Assis
Editora: Nova Fronteira

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