sábado, 5 de dezembro de 2020

A florista

Por Meriam Lazaro


Imagem: Louis Marie de Schryver


Neste jardim tantas flores
A jardineira ofertou,
Com seu dom e mil amores
A poetisa encantou.


Azaleia, bogari,
Cravos, dália, erva-abelha
Voando daqui e dali
Acendeu nova centelha.


Fúcsia, gerânio, jasmim,
Branco lírio e heliotrópio,
Sem cultivo em xaxim,
Ixia de plantio próprio.


Narciso de água colheu
Para unir à margarida,
O que não apeteceu
A orquídea preterida.


Com palma-de-Santa Rita
Protegeu nosso caminho,
Quaresmeira mais bonita
Do que a rosa e o rosmaninho.


Estrelícias e tulipas,
De cores exuberantes,
Entristeceram as zínias,
Mas foi só por um instante.


Unha-de-vaca a flor
Roxa que nunca se viu,
Borboleta multicor
Bateu asas e sumiu.


Violetas e angélicas,
Sob um chapéu risonho,
Vive no Sul das Américas
Doce Florista de sonhos.

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