sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Amigo

Por Mayanna Velame




Eu te conheci numa tarde ensolarada, de poucas nuvens no céu. Não havia muito o que fazer ou pensar. A vida me rodeava em pensamentos soltos e desconexos.


Sem pretensão alguma, você me olhou, perfilado entre tantos outros. Meus dedos passearam entre as lombadas empoeiradas, até tirá-lo da posição, para ganhar morada em meus braços. Senti você como quem sente o amor pela primeira vez. E, desde então, não pude te deixar.


Através da razão e da emoção, tu impregnaste em mim; enquanto as palavras eram refletidas nas minhas retinas. Tu me abriste o mundo. Viajei além da janela aberta da sala. Com você estive no Rio de Janeiro, em Paris, na Amazônia e nas civilizações mais longínquas. Tudo isso me aconteceu por que tu sempre foste solidário. De mãos dadas, fortalecemos nossos laços. Por tua causa, conheci outros amigos: vocabulários requintados, histórias fascinantes (alegres e tristes).


Não pretendo ser redundante, mas eu amo você. Gosto de ler tudo aquilo que proporcionas a mim. Contigo compreendi as pessoas e seus dramas, testemunhei encontros e desencontros amorosos, inventei paisagens.


Sim, devo dizer a verdade. Aprendi contigo a viver a dor e a solidão. Confesso que posso e devo compartilhar todo esse peso com você. Mesmo que muitos menosprezem a tua importância, não entendo: como podem te ver como inimigo, quando a tua missão é iluminar nossos passos?


Eu nunca vou te abandonar. Sempre haverá um tempo  e um espaço  para ti. Pode ser no vagão do trem, numa viagem de avião, em um dia chuvoso, ou na ausência de existir.


Levarei comigo tuas frases, planetas imaginários e mestres que transformam a palavra bruta em diamante. Estou aqui para abrir e folhear tuas sublimes páginas, meu amigo livro!

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