Por Sérgio Bernardo
Na
minha mesa posta
um
bule com o choro de ontem
servido
amargo
Entre
os jornais do dia
o
roteiro em detalhes
do
que podia ter sido
Em
vez da geleia de morango
o
suor das tarefas
num
pote de cerâmica
A
faca corta o pão
como
se amputasse
a
língua do ódio
No
balcão da copa
o
relógio do micro-ondas
cobra
meu tempo
Todo
dia às 7
desjejuo
em silêncio
e
a família ignora
a
fome de dentro
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